segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Aprendizagem Invisível


Comecemos por lembrar que a aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais.
Existem três tipos base de aprendizagem: condicionamento clássico, condicionamento operante e aprendizagem social.
O condicionamento clássico foi investigado pelo russo Ivan Pavlov, que ao estudar os reflexos digestivos do cão, descobriu uma forma de aprendizagem presente nos seres humanos e noutros animais. Um estímulo neutro (campainha) é associado a um estímulo não condicionado (comida) tornando o estímulo neutro em estímulo condicionado e desencadeia uma resposta condicionada (salivação).
O condicionamento operante foi definido pelo investigador norte-americano Rufus Skinner que desenvolveu uma experiencia que o iria conduzir à descoberta do modo como tantas das nossas aprendizagens se processam e se mantêm. Um comportamento é seguido de uma recompensa (reforço positivo ou negativo) ou de uma punição tendo como resultado que a frequência da ocorrência do comportamento aumenta ou diminui.
Na aprendizagem social estudada por Albert Bandura, o observador presta atenção ao modelo e aprende um comportamento pela observação dos comportamentos daqueles com quem convivemos (pais, amigos, professores). O observador aprende uma sequência de comportamentos que realiza quando quer, não estando sujeito a qualquer condicionamento.
Com a massificação da utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação estas foram também introduzidas nas escolas sendo geradoras de ruturas e de aprendizagens necessariamente diferentes das existentes até então.
Cristóbal Cobo e John Moravec atentos a esta nova realidade trazem-nos um novo conceito resultante de vários anos de pesquisa, a aprendizagem invisível, onde procuram integrar várias abordagens para um novo paradigma de aprendizagem e desenvolvimento do capital humano, especialmente relevante no contexto do século XXI. Esta abordagem leva em conta o impacto dos avanços tecnológicos e mudanças nas aprendizagens formal, não formal e informal, além dos espaços algo difusos entre elas, não propondo uma teoria, mas sim estabelecendo uma metateoria capaz de integrar diferentes ideias e perspectivas.